Nos bastidores da base governista no Ceará, uma movimentação decisiva parece começar a ganhar corpo: o senador Cid Gomes (PSB), nome de peso na política estadual, já estaria menos resistente a ser candidato à reeleição ao Senado em 2026. A leitura interna é de que, apesar das resistências públicas que ele ainda ensaia, o ex-governador do Ceará está cada vez mais propenso a aceitar a missão, diante das necessidades estratégicas do grupo político que dá sustentação ao governador Elmano de Freitas (PT).
Em contato com lideranças políticas próximas ao senador, o relato é quase unânime: há um sentimento de que Cid se inclina a disputar novamente o Senado, o que seria um fato importante no governismo, como forma de preservar a unidade da base aliada e ampliar o espaço da esquerda na próxima legislatura.
ENTRE A RELUTÂNCIA PÚBLICA E O CONSENSO INTERNO
Apesar de ainda verbalizar apoio à candidatura do deputado federal Júnior Mano (PSB), Cid sabe que sua presença no páreo dá peso à chapa e reduz as divergências na base de Elmano.
A fala recente do próprio Júnior Mano, afirmando que dará “total apoio caso Cid decida ser candidato”, foi lida como uma sinalização clara de rearranjo nas intenções do grupo.
O deputado, inclusive, já sinalizou a aliados próximos a possibilidade de disputar novamente uma vaga na Câmara dos Deputados, abrindo caminho para que Cid reassuma o protagonismo na chapa majoritária.
UMA CANDIDATURA QUE AGRADA A MUITOS
A eventual candidatura de Cid agrada ao governador Elmano, ao ministro Camilo Santana e à maioria dos líderes que orbitam o bloco governista. A justificativa é direta: Cid tem densidade eleitoral no interior, capital político construído ao longo de décadas e é visto como uma peça-chave para conter uma guinada ainda mais à direita na composição do Senado a partir de 2026. Com um agravante, pode ter um irmão, caso de Ciro, na corrida ao governo do Estado.
Esse fato, aliás, deu ainda mais relevância a Cid na costura governista.

