A busca constante por alternativas para aliviar as cólicas menstruais faz parte do dia a dia das mulheres, e tem levado cada vez mais a considerar o uso da cannabis medicinal — método cujas pesquisas começam a reforçar esse potencial.
Um estudo publicado na PubMed em 2024 observou que mulheres que utilizaram cannabidiol (CBD) oral ao longo de três ciclos relataram redução consistente na intensidade das dores, além de melhora em irritabilidade e estresse. Outra pesquisa, divulgada na NPJ Women’s Health, analisou o uso de supositórios vaginais de CBD e encontrou diminuição significativa da frequência e da gravidade da cólica, com menor necessidade de analgésicos tradicionais.
Embora ainda sejam estudos iniciais, a cannabis oferece um caminho promissor para quem busca novas formas de manejo da dor menstrual. Segundo a médica Juliana Bogado, especialista em canabinóides e coordenadora acadêmica da EndoPure Academy, o CBD tem ação anti-inflamatória, reduzindo prostaglandinas responsáveis pela dor menstrual; ação analgésica, modulando vias de dor periférica e central; relaxante muscular, importante para atenuar as contrações uterinas intensas; e ação antinociceptiva, diminuindo a sensibilidade exagerada à dor, comum na TPM e em condições como endometriose.
Apesar do interesse crescente, a desinformação ainda é um dos grandes obstáculos para mulheres que consideram o tratamento canábico para a saúde menstrual. A especialista esclarece que a cannabis de uso medicinal é diferente da cannabis de uso recreativo: “As concentrações, proporções e perfis químicos são totalmente distintos. A de uso medicinal normalmente é derivada do cânhamo, envolve precisão dos canabinoides, grau farmacêutico, e claro, acompanhamento contínuo. É seguro quando bem indicado e bem monitorado.”

