Uma iniciativa da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) começou nesta segunda-feira (4) o curso da “Escola de Verão: Geodésia Espacial (VLBI)”, evento científico promovido pela Agência Espacial Brasileira (AEB), pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, pela CAPES e pela NASA. O curso de Geodésia Espacial acontece nas dependências do Instituto Federal, Campus Fortaleza (IFCE).
As aulas acontecem no formato híbrido (presencial e virtual), sendo transmitidas pelo canal do IFCE no YouTube, oferecidas em parceria com a AEB.
A reitora da Ufersa, professora Ludimilla Oliveira, juntamente com o pró-reitor adjunto de pesquisa e pós-graduação, professor Idalmir Queiroz, participaram da abertura do curso na capital cearense.
Atualmente sob a gestão do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Rádio-Observatório Espacial de Eusébio (ROAN), localizado no Ceará, passa a ser administrado pela Ufersa e pelo Mackenzie. Um convênio nesse sentido está sendo firmado entre as duas Universidades, a Agência Espacial e a NASA.
“O programa espacial brasileiro precisa de uma maior presença das universidades, pois sem essa participação o programa não decola. A Ufersa, em particular, é extremamente importante nesse ponto porque essa parceria na área de interferometria de base longa é fundamental, tanto do ponto de vista da ciência, quanto do ponto de vista das aplicações das navegações globais, o GPS”, apontou o presidente da AEB, Marco Chamon.
Para o presidente da AEB, a presença das universidades vai permitir que o Centro de Medidas VLBI prossiga com as atividades.
“Esse evento é fundamental para a divulgação dos trabalhos que são feitos, bem como anunciar a presença da Ufersa na continuidade das atividades do ROAN”, afirmou o presidente da AEB.
Com o Acordo de Cooperação Técnica entre a Ufersa, a Universidade Mackenzie e, a AEB voltada para consolidar o Centro que já conta com o apoio da NASA, permitindo a operação do Rádio-Observatório Espacial de Eusébio que é fornecedora dos dados que são utilizados nas pesquisas brasileiras nessa área do conhecimento.
A reitora da Ufersa, professora Ludimilla Oliveira, acredita ser um passo de grande importância, principalmente, nas pesquisas e no reconhecimento internacional da Universidade.
“É um trabalho conjunto com a Agência Espacial Brasileira, numa área transversal e com impactos nas pesquisas nos quatro campi da Ufersa e, também uma marca importante para a internacionalização, uma área que avançamos com proposições inovadoras e totalmente atuais haja vistos os problemas climáticos , de localização e atualizações de sistemas, enfim, é a Ufersa se projetando cada vez mais”, atualmente a reitora Ludimilla.
GEODÉSIA ESPACIAL
O Space Geodesy Project (SGP) da NASA, do qual o Brasil participa através do acordo AEB/NASA, fornece produtos essenciais para o Quadro de Referência Celestial Internacional (ICRF), o Quadro de Referência Terrestre Internacional (ITRF), a relação entre ambos vem sendo obtido através dos Parâmetros de Orientação da Terra (EOP), além de determinação/correção precisa da órbita dos satélites.
A técnica utilizada é a Very Long Baseline Interferometry (VLBI), sendo a antena de Fortaleza parte de uma rede mundial de antenas similares. Os dados e produtos do SGP são utilizados em uma enorme gama de aplicações e serviços que incluem Observação da Terra, Posicionamento, Navegação e Medição do Tempo.
Os produtos entregues pelo (VLBI), resultam em produtos oficiais, e para o mundo todo, disponibilizados pelo International VLBI Services (IVS), tais como ITRF (International Terrestrial Reference System), ICRF (International Celestial Reference System) e EOP (Earth Orientation Parâmetros).
Os produtos de ITRF, ICRF e EOP não são utilizados apenas para pesquisas fundamentais, mas, sobretudo no dia-a-dia do cidadão. Qualquer pessoa com celular e GPS necessita de um monitoramento preciso da trajetória de satélites para provar geoposicionamento de qualidade e precisão.
O sistema VGOS, incorporado na nova antena, poderá monitorar os níveis dos oceanos com precisão milimétrica, sendo uma ferramenta para estudos sobre o aquecimento global. Da mesma forma, será possível gerar dados de monitoramento hidrometeorológico nas bacias.

