O médico e empresário Boghos Boyadjian, diretor de uma clínica particular em Fortaleza, criticou a aquisição do Hospital Leonardo da Vinci, adquirido pelo Governo do Ceará no fim do ano passado. Para o gestor, o acordo com o Executivo era para o aluguel do equipamento durante a pandemia de coronavírus.
“O Hospital Leonardo da Vinci construído com recursos privados pelos sócios da Clínica Boghos foi solicitado para ser alugado à Secretaria de Saúde do Estado através de seu secretário Dr Cabeto, com o consentimento de seus proprietários. Após alguns meses, à revelia de seus donos legais é desapropriado por decreto do Governador”, escreveu Boghos Boyadjian.
Para o médico, “não se tem notícia de nenhuma desapropriação por decreto de bem privado em outros estados da federação. Existem notícias similares na Alemanha do período nazista”.
Em nota, o Governo do Ceará informou que adquiriu o Hospital Leonardo da Vinci “de forma permanente, pela rede de saúde pública cearense, em novembro do ano passado. O processo se deu de forma legal, mediante desapropriação, um instituto autorizado pela Constituição Brasileira”.
Antes da pandemia, o Hospital Leonardo da Vinci estava fechado e foi todo adaptado pelo Governo do Ceará para a situação de emergência. Em novembro, quando houve a flexibilização em decorrência da redução de casos, o governador Camilo Santana comunicou a aquisição. A unidade acolheria pacientes da rede estadual, além de pacientes com a doença. “Nossa meta é zerar as filas de cirurgias eletivas nos próximos seis meses”, destacou o governador.