O governador Camilo Santana (PT) endossou, nesta quarta-feira, durante debate realizado pela comissão especial do Senado que acompanha as ações de combate à pandemia, a proposta de um pacto nacional envolvendo os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário pela vacinação dos brasileiros. O encontro, via remota, reuniu, além de Camilo, os governadores de Santa Catarina, Bahia, Amazonas e Piauí.
Camilo alertou que o governo brasileiro falhou nas ações de combate à pandemia: ‘’Nós viramos um foco mundial pela quantidade de óbitos e a quantidade de casos. Portanto, para que a gente pudesse apressar mais a vinda de vacinas para o Brasil, seria importante um esforço das relações diplomáticas internacionais pelo presidente da República, pelo presidente do Senado, pelo presidente da Câmara’’, defendeu Camilo, que expõe preocupação com a Covid no Brasil.
Segundo, ainda, Camilo Santana, é fundamental esse esforço, inclusive, com a Organização Mundial da Saúde (OMS) uma vez que a entidade tem manifestado preocupação com o avanço da pandemia no Brasil. Camilo é um dos 21 governadores que integram o grupo de Chefes de Executivos Estaduais que assinaram uma carta por um pacto nacional entre os Poderes no combate à crise.
Para o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), o Senado e a Câmara também podem contribuir para sensibilizar outros países a liberarem vacinas mais rapidamente para o Brasil. Com as novas variantes em circulação e mais de 2 mil mortes por dia, o governador acredita que o país precisa de um tratamento diferenciado.
‘’No mundo, hoje, do coronavírus, se nós somos colocados como um risco por conta das variantes, da propagação de variantes para o mundo, então queremos um tratamento diferenciado. Não é para receber de graça’’, observou Welington Dias, que, ao lado de Camilo, tem fortalecido as ações conjuntas dos Estados do Nordeste para compra de vacinas.
PACTO E COORDENAÇÃO
Os governadores voltaram a advertir que as compras feitas individualmente por estados e municípios têm levado ao aumento dos preços e podem representar um risco para as regiões mais pobres. O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), defendeu a centralização dos esforços no Ministério da Saúde.
‘’O Programa Nacional de Imunização é um programa de sucesso e exemplo para o Brasil e para o mundo. Então, precisamos concentrar esses esforços no sentido de não perdermos a mão, no sentido de mantermos a distribuição equânime para os estados mais pobres, inclusive, porque a vida das pessoas não tem preço’’, apontou o governador catarinense.
Durante o debate da comissão especial do Senado, o senador Otto Alencar (PSD-BA), preocupado com a falta de informações sobre o número de vacinas que o Brasil tem à disposição, apresentou dois requerimentos: : um em que pede ao Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a programação e a quantidade de vacinas que podem ser disponibilizadas para o Brasil; e outro direcionado à Anvisa, em que solicita o número exato de vacinas que já podem ser utilizadas oficialmente.
VACINAÇÃO DE 70%
Preocupados com o avanço da doença em todo o Brasil, os governadores fazem um alerta: sem vacina suficiente para imunizar ao menos 70% da população, o lockdown, o isolamento social e outras medidas restritivas de circulação e de funcionamento de atividades seguem como necessárias. Eles destacaram os efeitos no arrefecimento dos números de casos e mortes em cidades e estados que seguiram essas estratégias.
Relator da comissão temporária do Senado, Wellington Fagundes (PL-MT) afirmou que a sociedade também se sente “desorientada, confusa com o volume esmagador de versões sobre a pandemia”, e apontou o trabalho conjunto entre todos os Poderes e unidades da Federação como saída para a crise sanitária.
‘’ Creio que, antes de mais nada, todos nós, participantes do poder constituído nas três esferas e nos três níveis de governo, precisamos falar a mesma língua: harmonizar perspectivas, conjugar esforços, enfim, acertar o passo e remar o barco Brasil na mesma direção e no mesmo sentido’’, disse o relator, ao reforçar as articulações dos governadores para o Brasil vencer mais rápido a pandemia.