
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou a suspensão por 10 dias da rede social X no país, na quinta-feira (8). Ele acusaElon Musk — dono da plataforma — de incitação ao ódio e ao fascismo em meio a um “ataque” contra a reeleição dele.
“Assinei um memorando com a proposta feita pela Conatel”, o órgão responsável pelas telecomunicações no país, para “retirar a rede social X, antes conhecida como Twitter, por 10 dias de circulação na Venezuela”, declarou Maduro durante um ato no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas.
“Fora X por 10 dias da Venezuela!”, gritou Maduro diante de centenas de seguidores. “Fora Elon Musk!”
A rede social parou de funcionar às 21h00 locais (22h00 de Brasília) e só pode ser acessada através de redes privadas, conhecidas como VPNs.
Enquanto a suspensão estiver vigente, o regulador de telecomunicações na Venezuela deverá estabelecer a “medida administrativa definitiva” para o funcionamento dessa rede social no país.
CONFLITO APÓS ELEIÇÕES
Maduro e Musk dedicaram os últimos meses a criticar um ao outro, mas as trocas aumentarem de tom após as eleições presidenciais de 28 de julho.
O presidente esquerdista foi proclamado vencedor das eleições de 28 de julho com 52% dos votos, superando Edmundo González Urrutia, que reivindica a vitória, denuncia fraude e afirma ter provas que confirmam suas acusações.
Nesta quinta, Maduro acusou Musk de violar “todas as normas” de sua própria rede social “incitando ao ódio e ao fascismo”.
Antes, ele havia afirmado que Musk orquestrou “ataques contra a Venezuela”, depois que o bilionário criticou o processo eleitoral no país.
O presidente afirma que as redes sociais estão sendo usadas para atacar sua reeleição, pois nelas têm circulado, especialmente no X, hashtags que denunciam “fraude” e pedem uma “VenezuelaLivre”, assim como #AtéOFim, mantra da líder opositora María Corina Machado, que pôde se candidatar devido a uma inabilitação.
