Em meio a indefinição sobre aliança entre PT e PDT no Ceará em 2022, o MDB do ex-senador Eunício Oliveira corre por fora e, assim como o partido de Ciro e Cid Gomes, também quer ter candidato próprio para concorrer ao Governo do Estado.
O ex-senador articula o cenário nos bastidores, tentando ganhar espaço com a defesa do palanque para o ex-presidente Lula no Estado e contando com a candidatura de Camilo Santana (PT) para o Senado.
“Se tiver uma composição com o PT, o MDB terá candidato próprio. Em não havendo, o MDB vai avaliar o que for melhor do ponto de vista do partido, do ponto de vista geral e sabendo todos que o meu posicionamento partidário no Estado é o alinhamento com o presidente Lula, não é com o PT”, disse Eunício Oliveira, em entrevista ao Diário do Nordeste.
Mesmo já tendo indicado seu nome como pré-candidato a deputado federal, Eunício não descarta se colocar como candidato ao Govero.
Esse movimento ocorre ao passo que o PT no Ceará está dividido internamente. Enquanto uma ala defende que o partido apoie um candidato do PDT para disputar o Governo do Estado, outra defende que, pelo tamanho e histórico do partido, é necessário ter candidatura própria, dando continuidade ao “legado” de Camilo no Abolição.
O grupo de oposição ao PDT é liderado pelos deputados federais do PT Luizianne Lins e Zé Airton Cirilo, mais próximos de Eunício Oliveira. Ainda quem defenda que o melhor cenário é compor a candidatura de vice, em uma cabeça de chapa puxada pelo PDT, como aponta o deputado José Guimarães.
ALIANÇA DEFENDIDA
A hipótese, inclusive, é defendida também por Ciro e por Camilo que, em declarações recentes, elogiaram a parceria entre as siglas e expuseram a intenção de dar continuidade em 2022 a ela. Nesse cenário, entram no xadrez os expoentes do PDT cotados como pré-candidatos, com apoio de parte dos petistas.
Figuram, portanto, o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará Evandro Leitão, o deputado federal Mauro Filho e a vice-governadora, Izolda Cela.
Para contrapor o cenário que se forma no lado do PDT, o deputado Zé Airton, recentemente, chegou a lançar a própria pré-candidatura, argumentando que o PT necessita de um membro na cabeça de chapa da sucessão. “O PDT pode estar na chapa na condição de vice”, chegou a dizer.
Eunício Oliveira, por sua vez, argumenta que o MDB é um partido de tradição, e que tem “quadros, prefeitos, vereadores e deputados”, além do “fundo eleitoral”.
“O MDB tem quadros, tem prefeitos, tem parlamentares, tem vereadores e está entre as maiores forças políticas do Estado do Ceará e talvez a maior força independente do Estado; tem fundo eleitoral mais do que suficiente para formalizar uma campanha e o partido ainda não definiu qual o seu rumo”, pontua o ex-senador.