Nesta quinta-feira, 16, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, compareceu ao Senado Federal para falar sobre as declarações que deu acerca do acesso de crianças com deficiência em escolas regulares. Ele foi convocado a partir de um requerimento do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) para prestar esclarecimentos, em uma audiência pública da Comissão de Educação (CE) da casa, após ter dito em entrevista que estudantes com deficiência “atrapalham” outros alunos e afirmar que “é impossível a convivência” com crianças com algum grau de deficiência. Ribeiro aproveitou a ocasião e pediu desculpas “a todos que se sentiram ofendidos”. Senadores elogiaram a postura e cobraram ações.
“O Ministério da Saúde reafirma que as matriculas dos educandos com deficiência, transtornos gerais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação devem ser feitas em escolas regulares. Isso é importante eu dizer, porque essa é a nossa meta. Desde 2012, não havia sido aportado nenhum recurso para escolas e alunos com deficiência. Somente no ano passado, o MEC aportou R$ 254 milhões de reais na preparação de rampas, adaptações para todo tipo de deficiência que as escolas pudessem eleger. Além disso, investimos R$ 5 milhões na formação continuada de professores dessa área. Somente neste ano, já foram mais R$ 100 milhões que nós repassamos às escolas, sendo R$ 10,5 milhões para a formação. Queremos dar o recurso, mas ele não adianta sozinho, temos que preparar e capacitar os professores, já que a grande maioria não tem formação para atendimento de crianças e alunos com deficiência”, disse Ribeiro. O ministro também lembrou outras ações do MEC para a evolução da educação de estudantes com deficiências no Brasil, afirmando que a pasta totalizou quase meio bilhão de reais em investimento nos últimos dois anos.
“Minhas palavras não foram adequadas. Não representa meu pensamento. Quero reiterar meu sincero pedido de desculpas a todos que de alguma forma se sentiram ofendidos. O ministro da Educação não é essa pessoa que foi pintada. Esse foi meu grande erro”, afirmou em seguida. O senador autor do requerimento de convocação para ouvir o ministro disse que as afirmações anteriores causaram consternação geral, mas elogiou a postura dele no Senado. “É muito bom estar diante de uma pessoa que sabe pedir desculpas. Reconhecer o erro”. Já Fabiano Contarato (Rede-ES), cobrou ações que demonstrem o arrependimento: “A sociedade brasileira merece um pedido de desculpas, mas com medidas de inclusão, com ação. A escola tem que ser inclusiva, plural. Os atos falam mais do que palavras”.