Com o objetivo de debater assuntos como igualdade de gênero e raça, promoção dos direitos LGBTQIA+ e inclusão da pessoa com deficiência, a multinacional Diageo promove até esta sexta-feira, 11, a semana da diversidade. O evento ocorre em todas as locações da empresa na região. Em Fortaleza, foram realizadas ações, nesta quinta-feira, 10, na fábrica da Ypioca, em Messejana.
A empresa fez a pintura de um piso da unidade com as cores da bandeira LGBTQIA+, e funcionários assinaram seus nomes em apoio à causa. Houve ainda a exibição do filme Longe da Árvore, que traz a temática do respeito às diferenças, e palestra com o movimento Mães pela Diversidade, formado por familiares de pessoas LGBTQIA+.
Camila Pinto, coordenadora de Recursos Humanos da Diageo, comenta sobre a paridade de gênero nos quadros da multinacional: atualmente as mulheres são metade do corpo executivo e estão em 39% das posições de liderança.
Evelize Regis e Yandra Lobo, do Mães pela Diversidade, destacam que o ambiente de trabalho das empresas ainda carece de debates sobre o tema. Yandra destaca que a inclusão de grupos como pessoas trans ou com deficiência gera ambientes de sociabilidade melhores, aumentando diretamente a lucratividade: “Além destas pessoas serem tão eficientes quanto quaisquer outras, elas costumam ser mais proativas pois as oportunidades oferecidas são escassas”.
Ela ressalta, porém, que “incluir não é apenas abrir as portas, mas também trazer estes debates para dentro da empresa”. Evelize pontua, por exemplo, que há empresas que oferecem oportunidades a pessoas trans, mas não levam para o cotidiano debates que perpassam a vivência desse grupo, como legislação específica ou mesmo o uso dos banheiros.
Um dos exemplos de inclusão na empresa é Elieuda de Araújo, operadora de empilhadeira. Ela trabalhava como auxiliar de linha de produção e se inscreveu em um curso interno para a nova função, apesar de não esperar que existissem oportunidades na área. Elieuda diz que, quando foi chamada para a vaga após o curso, o primeiro obstáculo foi dentro de casa: “Precisei conversar com meu esposo sobre trabalhar em uma área majoritariamente masculina”, diz.
Ela também enfrentou desafios de aceitação entre os próprios colegas: “Não sofri preconceito verbal, mas notava olhares e gestos. Diziam que eu seria menos eficiente, trabalharia devagar”. Além de Elieuda, a empresa também vem buscado incluir mulheres em outras posições tidas como tipicamente masculinas, tendo contratado recentemente sua primeira motorista de caminhão para entregas.