O governo federal rejeitou ajuda humanitária da Argentina aos municípios da Bahia atingidos pelas enchentes e tempestades. O estado contabiliza pelo menos 24 mortose cerca de 53,9 mil desalojados. O governo argentino ofereceu ao Brasil dez homens da organização humanitária especializada em desastres Comissão dos Capacetes Brancos. Jair Bolsonaro, que está de férias em Santa Catarina, fez uma postagem no Twitter explicando os motivos.
Segundo o presidente, a chancelaria argentina procurou o Itamaraty para fazer a oferta. Os escalados fariam “trabalho de almoxarife e seleção de doações, montagem de barracas e assistência psicossocial à população afetada pelas enchentes na Bahia”.
Antes da recusa de Bolsonaro, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), havia agradecido a oferta de ajuda humanitária argentina pela suas redes sociais e pedido celeridade ao Governo Federal para autorizar a missão internacional.
Bolsonaro chamou a oferta dos argentinos de “fraterna”, mas afirmou que as Forças Armadas e a Defesa Civil já fazem o trabalho. Uma nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores e Comércio Internacional da Argentina, porém, diverge da informação postada por Bolsonaro.
Segundo o texto da Pasta de relações internacionais argentina, além da especialização em montagem de acampamentos e seleção e distribuição de doações, os membros da comissão trariam insumos para a purificação da água e orientariam a população no uso desses produtos. E também auxiliariam “na contenção psicossocial nos acampamentos e locais destinados às vítimas, bem como nas ações sociossanitárias”.
“Por essa razão, a avaliação foi de que a ajuda argentina não seria necessária naquele momento, mas poderá ser acionada oportunamente, em caso de agravamento das condições. A resposta do Ministério das Relações Exteriores à Embaixada da Argentina é clara a esse respeito”, afirmou Bolsonaro sobre a recusa.
O presidente encerrou o texto destacando que o Itamaraty aceitou doações da Agência de Cooperação do Japão. “São barracas de acampamento, colchonetes, cobertores, lonas plásticas, galões plásticos e purificadores de água, que chegarão à Bahia por via aérea e/ou serão adquiridos no mercado brasileiro.”