Um articulação política para barrar ainda na Câmara a tese da necessidade do voto impresso para validar o resultado da eleição presidencial de 2022 reúne líderes de pelo menos 10 partidos. A novidade é que o movimento congrega parlamentares de diversas correntes ideológicas que vão do DEM ao Republicanos, passando por legendas do Centrão, como PP e até do PSL. O objetivo é reunir apoio suficiente à manutenção do voto eletrônico e evitar que proposta legislativa para a mudança no sistema avance.
A mobilização é vista com bons olhos no STF, onde é majoritária a posição contrária à volta do voto impresso, ainda como forma de checagem do resultado das eleições. O tema é tido como explosivo, uma vez que projeta novo confronto entre a Corte e o Planalto – desta vez, lançando dúvidas sobre a legitimidade do processo eletrônico de apuração, dividindo a opinião dos eleitores que deverão obedecer e legitimar o resultado das urnas.
O próximo presidente do TSE, a substituir Roberto Barroso, é Alexandre de Moraes. O ministro, que comanda inquéritos como o das Fakes News, que apura o possível envolvimento de filhos do presidente Bolsonaro, servidores, parlamentares e empresários apoiadores do presidente em ataques ao Tribunal, é visto pelo Planalto como adversário político. Estes antecedentes no histórico de relações entre Moraes e Bolsonaro é visto como um complicador relevante, caso o STF seja chamado a dirimir a questão do voto impresso – o que a articulação política visa prevenir.