O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli foi escolhido como o relator da ação apresentada pela Rede Sustentabilidade na Corte contra Jair Bolsonaro (sem partido) por ataques a jornalistas ocorridos durante uma caminhada do presidente brasileiro em Roma, na Itália, na participação do chefe do Executivo no G20.
A Rede pede que a Presidência da República seja obrigada “a adotar, em caráter imediato, todos os meios necessários para assegurar o livre exercício da imprensa, bem como a integridade física de jornalistas e demais profissionais da mídia, durante a cobertura dos atos do presidente”.
Além disso, o partido também pediu que o Supremo estabeleça, liminarmente (ou seja, de maneira provisória), que Bolsonaro, “em suas manifestações públicas oficiais ou não oficiais, seja impedido de realizar ou de incentivar a realização de ataques verbais ou físicos à imprensa e aos seus profissionais, sob pena de responsabilização pessoal, mediante o pagamento de multa pessoal de R$ 100 mil por ocorrência”.
Jornalistas relatam agressão
Jornalistas brasileiros relataram agressões durante um ato a favor do presidente Jair Bolsonaro no último dia da cúpula do G20, em Roma, no domingo (31).
Por volta das 18h (horário local, 14h em Brasília), Bolsonaro saiu da embaixada brasileira e foi andando, acompanhado de seguranças e vários apoiadores. No total, havia sete jornalistas no local, e três relataram que foram agredidos.
Leonardo Monteiro, da TV Globo, disse que, após fazer perguntas, enquanto o presidente andava, um segurança italiano deu um soco na sua barriga e o imobilizou. Ele disse que, apesar do soco, não se machucou.
Jamil Chade, do site UOL, estava filmando com o celular o mesmo segurança que teria dado um soco no repórter da TV Globo. O segurança, então, pegou o celular e o jogou no chão.
Ana Estela, do jornal Folha de S.Paulo, disse que tentava se aproximar do presidente, que estava parado, para fazer imagens pelo celular, mas foi também empurrada por outro policial italiano.
O chefe da segurança, italiano, disse à CNN que não estava autorizado a falar o nome, afirmando que os seguranças pediram, num primeiro momento, que jornalistas se afastassem enquanto o presidente estava andando. Ele disse ainda que, na Itália, não se admitem gritos ou descumprimento de uma autoridade policial.