Os dirigentes nacionais do PL calculam que, com a entrada do presidente Bolsonaro, o partido poderá ampliar, nas eleições de 2022, a atual bancada de 43 deputados federais para 70 parlamentares. Os nomes com potencial de vitória nas ruas virão de outras siglas, como Republicanos, MDB, PSDB, PDT, DEM e PSL. A lista terá, também, nomes que estão fora da atividade parlamentar, mas são aliados do Governo Federal e serão estimulados a disputar uma vaga na Câmara. O assunto entra, nesta quarta-feira (01), no Bate Papo Político, do Jornal Alerta Geral.
A sigla perderá, porém, deputados críticos ao Palácio do Planalto ou que tenham vínculo direto com grupos políticos de oposição ao Governo Federal. A principal exigência para Bolsonaro entrar no PL é que os diretórios estaduais ficassem distantes de partidos e governos de esquerda. A exigência foi aceita e, como conseqüência, serão inevitáveis as baixas nos Estados. Uma dessas baixas, como registra o Jornal O Globo, poderá ser no Ceará, com o deputado federal Júnior Mano.
Integrante da base de apoio ao Governo Bolsonaro, Júnior Mano tem uma relação direta com o senador Cid Gomes (PDT), é aliado ao Governador Camilo Santana e, nesse novo cenário da corrida às eleições de 2022, sente de perto as pressões para decidir se permanecerá ou não no PL. Os prefeitos que compõem a base eleitoral de Júnior Mano no Interior e na Grande Fortaleza seguem orientação política dos irmãos Cid e Ciro Gomes e do Governador Camilo.
Os desdobramentos dessa movimentação já começaram: o prefeito de Eusébio, Acilon Gonçalves, já anunciou que irá se desligar do PL e buscará, ao mesmo tempo, outros partidos – como o Patriota e o PDT, para abrigar os aliados. Acilon lidera um grupo com seis prefeituras na Região Metropolitana de Fortaleza (Eusébio, Aquiraz, Pindoretama, Itaitinga, Cascavel e Beberibe). Acilon é um dos eleitores do deputado federal Júnior Mano.
O PL do Ceará tem dois representantes na Câmara – Júnior Mano e Jaziel Pereira, que, em 2022, concorrerão à reeleição. Os cálculos da cúpula regional é que, pelo menos, três nomes de peso político eleitoral ingressem no partido após a filiação do presidente Jair Bolsonaro. Um desses nomes é do deputado estadual André Fernandes, hoje filiado ao Republicanos, que se preparar para concorrer à Câmara Federal.